Thursday, August 06, 2009

Sobre as coisas que a gente pensa

Confesso que quando lia ou via reportagens sobre assaltos a bancos e via todo o empenho da polícia em tentar resolver o caso, eu pensava: Tá e aí e o cidadão comum que vive se ferrando? E os pequenos negócios que vivem sendo assaltados? Os taxistas coitados? E pensava mais: Eles só se importam porque devem ganhar alguma coisa com isso ou aquelas coisas de que no Brasil só tem direitos quem pode pagar por eles e olhe lá, né?
Daí que hoje estava calmamente lendo a Zero Hora e me deparei com a coluna do Humberto Trezzi e confesso, parecia que o cara tava escrevendo pra mim! Parecia que dizia: Viu sua tonta porque eles tem que ir atrás dos "qui mimosos" que roubam bancos?
Então pra você também levar uma chapuletada na orelha que nem eu levei, posto o comentário aqui. Lê aí:

05 de agosto de 2009 N° 16053
SUA SEGURANÇA Humberto Trezzi

Cofre de todos os crimes
Alguns leitores podem estranhar o espaço concedido pela imprensa aos assaltos a banco, bem como o aparato designado pelas polícias para tentar localizar os bandidos, logo depois que o crime ocorre. Argumentam, com doses de razão, que o banco é uma instituição privada como outra qualquer, recebendo aparente tratamento privilegiado.
Que as instituições bancárias possuem seguro, o que significa que a perda de dinheiro será reposta. Que a prioridade dos policiais deveria ser para os cidadãos comuns, aqueles para os quais a perda de um documento roubado ou do dinheiro da prestação significam um prejuízo muito maior do que os ataques aos caixas bancários.
Tudo isso faz sentido, mas é importante ressaltar porque assaltos a banco devem continuar sendo prioridade das polícias, como acontece agora com a sucessão de ataques ocorridos em pequenas cidades gaúchas. É que as agências bancárias são os cofres onde criminosos se abastecem para financiar todo o tipo de delito.
É dali que sai a verba para financiar milionárias compras de drogas. Para adquirir armamento usado em outros assaltos ou nos enfrentamentos com policiais. Para comprar carros – sim, comprar! – usados para a fuga de criminosos, já que o segundo veículo (o usado na fuga) sempre é “quente”, em situação regular, para não despertar suspeitas na estrada.
Sem falar que um assalto a uma agência envolve risco para uma multidão, quando feito em horário comercial. Não há como comparar o perigo desse tipo de roubo com o praticado contra um indivíduo que está caminhando na rua ou entrando na garagem da sua casa.
O número de vítimas em potencial, de um tiroteio num banco, é bem maior. Isso justifica as rondas que a BM faz em dias de pagamento e nas agências mais movimentadas. E os esforços da Polícia Civil para encontrar os bandidos, quando o roubo já foi consumado.

Disponível em: http://zerohora.clicrbs.com.br/zerohora/jsp/default2.jsp?uf=1&local=1&source=a2606478.xml&template=3916.dwt&edition=12853&section=1001

No comments: